quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Repetto


Nome: Roberto Repetto
Posição: : Atacante
Nascimento:
Local de Nascimento:
Período No Cruzeiro: 1971-1972 (18 jogos)
Títulos

Biografia

Links relevantes



Duplamente celeste, ex-jogador do Cruzeiro vira taxista em Montevidéu

Roberto Repetto, centroavante da Raposa no início dos anos 70, carrega fotos dos tempos em que defendeu o clube mineiro
Alexandre AlliattiDireto de Montevidéu
Tamanho da letra
  •         
O senhor Roberto, 61 anos, transmite um olhar diferente ao descobrir que no banco de trás de seu táxi está um brasileiro, jornalista e que trabalha com futebol. Ao espiar pelo espelho retrovisor, ele parece querer contar algo, parece querer revelar uma história de orgulho, de lembranças felizes. Ao trocar o espanhol por um portunhol que quase abraça o português, ele dá a senha para a pergunta:

- O senhor já esteve no Brasil?

- Morei dois anos lá – responde.

- Ah, é? Fazendo o quê?

- Jogando futebol pelo Cruzeiro.

Aí Roberto deixa de ser simplesmente Roberto. Vira Repetto. No volante do carro, está o centroavante uruguaio que vestiu a camisa celeste nos anos 70. Melhor: vestiu as duas camisas celestes, a do Cruzeiro e a da seleção de seu país. Quase quatro décadas depois, ele abre uma pequena pasta e tira de lá as fotos que eliminam qualquer possibilidade de descrença. É ele mesmo, com o uniforme da Raposa, excursionando mundo afora.

Roberto Repetto não marcou época no Cruzeiro. Foram 18 jogos entre 1971 e 1972 e apenas um gol feito. Mas o Cruzeiro marcou época para ele. Enquanto guia seu táxi pelas ruas arborizadas de Montevidéu, ele recorda de tempos que não esquecerá.

Repetto exibe fotos de sua época como jogador

- Lembro que cheguei lá em um 7 de janeiro. E aí foram três meses de viagem na Ásia, na Oceania, nos Estados Unidos. Aquilo foi lindo. A torcida era linda. Foi incrível. Jogar no Mineirão é inesquecível. Eu tive o prazer de viver um clássico contra o Atlético. Terminou 0 a 0, mas eu nunca mais esqueci.

Repetto jogou com Tostão, “um craque”, segundo ele. Mas o carinho é maior por Dirceu Lopes.

- Nunca vi ninguém igual a ele – garante.

A CBD, hoje CBF, atrapalhou a vida de Repetto no Cruzeiro. Recebido com status de craque, ele jogou menos do que gostaria porque a entidade determinou que apenas um estrangeiro poderia atuar por equipe. E a Raposa também tinha o zagueiro argentino Perfumo, que ficou em Belo Horizonte até 1974, com 138 jogos e seis gols pela equipe mineira.

- Por causa dessa decisão, acabei jogando mais nas excursões. Aproveitei pouco as competições oficiais – lamenta ele.

Repetto começou a carreira no Danúbio, clube do coração dele. Depois, defendeu o Quilmes, da Argentina, antes de ir para o Brasil. Saído do Cruzeiro, rumou para o León, do México, o Nacional, do Uruguai, e o Deportivo Anzoátegui, da Venezuela. Em 1971, teve o privilégio de defender a seleção de seu país. Na quarta-feira, ele será mais um uruguaio na torcida pela classificação para a Copa do Mundo contra a Argentina.

- É difícil, mas vamos conseguir. Vamos conseguir, sim.

Roberto Rebetto, 61 anos, uruguaio, taxista, ex-jogador, ex-centroavante do Cruzeiro, trabalha no Aeroporto de Carrasco. De lá, transporta passageiros por estradas que, pelo olhar dele, são feitas de grama.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário