quarta-feira, 23 de março de 2011
Biografia de Ademir
Extraído do blog PHD
Ademir Kaefer, um lutador
Por Jorge Angrisano Santana | Em 26 de agosto de 2006
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Toledo (PR), 06/01/60
Ademir Roque Kaefer sempre foi um sujeito sincero. “Foi no Cruzeiro que aprendi a jogar futebol” – declarou certa vez. E a torcida cruzeirense reconhece nele um professor de futebol. Não do futebol artístico de tantos de seus ídolos, mas do futebol aplicado, valente, raçudo. Sem ser craque de futebol exuberante, o “alemão” era um lutador. Atleta responsável. Profissional em tempo integral.
Ademir vestiu a camisa azul-e-branca 439 vezes e marcou 9 gols. Um deles, na final da Supercopa da Libertadores de 1991, contra o River Plate, entrou para a história. Foi o gol que marcou o início da melhor fase do clube celeste em toda a sua história, a que se inicou no Anos 1990.
Em depoimento à Revista do Cruzeiro ele conta seu gol histórico: “Comizzo espalmou a bola para escanteio. Marquinhos bateu no primeiro pau. Eu fechei junto com o zagueiro Rivarola e, graças a Deus, fui mais feliz e desviei a bola para as redes. Foi o gol mais importante da minha vida porque saiu na hora certa, no final do 1º tempo. A partir daí, cada jogador se multiplicou, fizemos mais dois com Mário Tilico e conquistamos o título.”
A história de Ademir, por ele mesmo: “Comecei nos juniores do Toledo Futebol Clube, em 1978. Em 1980, disputei meu primeiro campeonato paranaense de profissionais e também o Brasileiro de Juvenis e a Copa São Paulo de Juniores. Em 1981, fui para o Internacional, de Porto Alegre, onde joguei até março de 1986, quando me transferi para o Santo André. Em outubro daquele ano, vim para o Cruzeiro e fiquei aqui até maio de 1992 quando recebi proposta para jogar no Racing, da Argentina. Fiquei por lá até março de 1993 e voltei para o Cruzeiro, onde encerrei a carreira em dezembro de 1995.”
Ademir foi colecionador de títulos. Pela Seleção Brasileira, ganhou medalhas de prata nas Olimpíadas de Los Angeles e de Seul. E de ouro, no Panamericano de 1987. Com a camisa do Cruzeiro, foi campeão mineiro em 87, 90, 92 e 94, campeão da Supercopa em 91, da Copa do Brasil em 93, e das Copas Ouro e Master da Confederação Sulamericana em 95.
Além da raça, Ademir tinha perfeita consciência de sua responsabilidade perante clube, torcida e companheiros de equipe. Na Supercopa de 91, o Cruzeiro deve a ele muito mais do que o gol que abriu o caminho para o título. Deve o equilíbrio de um time que teve que enfrentar a fúria das torcidas sulamericanas.
Um de suas atitudes na competição definiu bem seu senso de responsabilidade. Depois de acertar o pênalti que eliminou o Olímpia, Nonato correu em direção às tribunas do Defensores del Chaco para devolver ofensas sofridas desde desembarque do time em Assunção. Ademir não permitiu o desatino. Tratou de tirar o companheiro da confusão que se armava. Mais do que o Capitão, ali estava o líder que mantinha o grupo unido e centrado no objetivo de levar o Cruzeiro a um título internacional quinze depois do primeiro, a Libertadores de 1976.
Ademir se emociona ao lembrar um episódio ocorrido antes do jogo contra o River: “No dia da decisão da Supercopa, o time estava muito preocupado com as dificuldades que teríamos para reverter os 2 x 0 do jogo de ida. Afinal, o River Plate era um time muito forte. Pela manhã, fui visitar um antigo roupeiro do Cruzeiro, o José Pascoácio, que trabalhou mais de trinta anos no clube e era muito querido pelos jogadores. Ele estava muito doente, por isso tirei uma parte da manhã para ir á casa dele, mesmo sabendo que o mais recomendável era me manter concentrado somente no jogo. Mas foi bom ter ido lá. Ele estava tão precoupado quanto nós. Queria saber se estávamos confiantes. Se eu achava que dava pra fazer os três gols de diferença. Fiquei tão emocionado, que lhe prometi uma vitória de qualquer jeito. De volta à concentração, contei aos companheiros a promessa feita. E todos concordaram comigo: o título seria o melhor presente que poderíamos dar ao amigo de tantas jornadas. Valeu. À noite, parecia que o Pascoácio estava em campo conosco. Corremos como nunca pra lhe dar uma última alegria. Foi inesquecível.”
Dr. Ronaldo Nazaré, médico do Cruzeiro por mais de 30 anos, conta outra passagem reveladora do caráter guerreiro do Camisa 5. “A fase do Cruzeiro no Brasileiro de 91 era péssima. O time lutava, mas as vitórias não vinham. Pra piorar, Ademir começou a sentir dores no joelho. Fiz o exame e cheguei concluí ser necessária uma cirurgia. Ele aceitou, mas disse que só ia se internar depois que o risco de rebaixamento estivesse eliminado. Mas como o time não se acertava, ele também não parava de jogar. Sem saber do que acontecia, a imprensa o criticava. Dizia que ele estava fazendo corpo-mole. Eu quis esclarecercer a situação, mas ele não permitiu. Sua garra foi essencial para unir os colegas e livrar o Cruzeiro do descenso.”
Entre 21 de abril e 5 de maio de 1991, o Cruzeiro ficou 5 partidas sem vencer. Perdeu para Bahia (0 x 2) e Flamengo (0 x 2), em casa; Fluminense (0 x2) e São Paulo (1 x 3), fora. E empatou com o Grêmio (0 x 0), no Olímpico. Na última rodada, em 19 de maio, o Sport tinha 10 pontos, Vitória e Grêmio, 12 e o Cruzeiro, 13. Era preciso vencer o Palmeiras, no Estádio Independência, para afastar o risco de rebaixamento. Expulso contra o São Paulo, Ademir não pôde jogar. Mas os companheiros prometeram-lhe a vitória. E cumpriram: 2 x 0, gols de Nonato e Charles.
Atualmente, Ademir vive no Paraná onde cria frangos e gado de corte e planta soja. Sempre com a mesma seriedade com que se dedicou ao futebol. Quando está em casa, acompanha o Cruzeiro pela TV. Quando vai para a fazenda, acompanha os jogos pelo rádio. E se não consegue sintonia, pede inrformações pelo telefone.
Em Belo Horizonte, a torcida mantém vivas suas lições. Não aceita atletas desinteressados e sem fibra. Para vestir a camisa do Cruzeiro, craque ou não, o jogador precisa incorporar a garra e a valentia do grande capitão dos Anos 80 e 90.
Wikipédia
Começou a carreira entre os juvenis do Toledo em 1978 e viria a disputar seu primeiro campeonato como profissional na mesma equipe, dois anos depois.[1] Depois disso, se transferiu para o Internacional, onde se sagraria tetracampeão gaúcho. Ainda no Colorado, Ademir seria convocado para seus primeiros Jogos Olímpicos, em Los Angeles, e o time brasileiro conquistaria a medalha de prata na competição.
Em março de 1986, teria uma passagem rápida pelo Santo André de onde saiu em outubro do mesmo ano[1] para o clube onde passaria a maior parte da sua carreira e conquistaria o maior número de títulos, o Cruzeiro. Na sua primeira passagem pelo clube, seria convocado mais uma vez para os Jogos Olímpicos, conquistaria a prata novamente e se tornaria o único jogador brasileiro de futebol a ter duas prateadas.[2]
Dentre os nove gols que marcou vestindo a camisa da Raposa, o mais importante foi o primeiro gol do jogo de volta da final da Supercopa Libertadores de 1991. O Cruzeiro tinha perdido o primeiro jogo por dois a zero contra o River Plate e o gol de Ademir e mais os dois de Mário Tilico deram ao clube celeste o primeiro título internacional em quinze anos.
O gol da final não foi a única contribuição de Ademir para a conquista. Na semifinal, Nonato bateu o último pênalti que classificou o Cruzeiro frente o Olimpia e foi em direção à torcida adversária. Coube a Ademir retirar o lateral da briga que se formava.[1]
Passou uma temporada no Racing argentino e depois voltou ao Cruzeiro para jogar entre 1993 e 1995 para encerrar a carreira depois de dezoito anos de atividade.
Atualmente mora em sua cidade natal e trabalha como agropecuarista. É casado e tem dois filhos.[2]
Brasil Internacional
* Campeonato Gaúcho: 1981, 1982, 1983 e 1984.
* Torneio Heleno Nunes: 1984.
* Copa Kirin: 1984.
[editar] Brasil Cruzeiro
* Supercopa Libertadores: 1991
* Copa Ouro: 1994
* Copa Master da Supercopa: 1995
* Copa do Brasil: 1993
* Campeonato Mineiro: 1987, 1990, 1992 e 1994
[editar] Pela Seleção Brasileira
* Medalha de Prata nos Jogos Olímpicos: 1984 e 1988
* Medalha de Ouro nos Jogos Pan-Americanos: 1987
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