quarta-feira, 18 de março de 2020

Misael

E lá se foi o Misael, campeão pelo América, Cruzeiro, “Xerife” e campeão também pelo Democrata Jacaré

Extraído do blog do Chico Maia




Em sua campanha pelo título de Campeão Mineiro de 1971 o América utilizou os seguintes jogadores: Élcio,   Emílio, Adilson, Batista, Misael, Ademir, Cláudio, Hale, Vander, Café, Dias, Zé Horta, Veran, Pedro Omar, Édson, Dirceu Alves, Hélio, Zé Carlos, Mérola, Jair Bala, Dario, Valtinho, Élter, Eli , Julinho e Amaury Horta.  


A zaga no Democrata de Sete Lagoas era ele e o Edson Vampiro, que não amaciava, e os adversários respeitavam demais. Misael era natural de Raposos, foi revelado pelo Villa Nova. Campeão mineiro com o América em 1971 e Bi-campeão com o Cruzeiro em 1972/1973. A carreira quase acabou em 1974 quando ele bateu o carro (Chevette), no muro de uma casa na Avenida do Contorno, depois de comemorar a vitória de 3 a 0 do Cruzeiro sobre o Nacional de Muriaé, no Mineirão. “Nasceu de novo”, mas teve múltiplas fraturas, inclusive expostas. Após longo período de recuperação e a não renovação com o Cruzeiro, passou pelo Rio Negro de Manaus, Operário de Várzea Grande-MS, Itabaiana-SE, Marília-SP, Esportiva de Guaxupé, Caldense, Flamengo de Varginha, Alfenense e o nosso Democrata, onde foi o capitão na conquista da segunda divisão estadual de 1981.


Morreu hoje, aos 72 anos de idade, em Nova Lima, onde vivia. Ainda não sei a causa da morte e caso os amigos saibam, favor nos informar por aqui.





No Cruzeiro em um grande time.




No Democrata de Sete Lagoas, no jogo de recebimento das faixas de campeão da segunda divisão, 3 a 0 sobre o Cruzeiro em amistoso no Estádio José Duarte de Paiva. Da esquerda para a direita Pedro da Padaria, Álvaro da Costa (JA Imóveis), presidente Geraldo Negocinho, Saúva, Edson Vampiro, Misael, Prego, Baiano, Souza, Careca e o técnico Arizona. Chico Maia (na época repórter da Rádio Capital), Supervisor Carmelito, Astolfo, Rogério Bomba, Rubão, Diney, Edu e o massagista Zé da Pomba.


Ano passado o Wilson José fez uma reportagem sobre o Misael para o jornal O Tempo:


“Com Misael na zaga, o atacante não podia passar – Misael lembra-se com orgulho de ter sido um zagueiro que jogava firme, era bom no cabeceio e tinha muita vontade de ganhar”


Por Wilson José


Misael, hoje aos 71 anos, lembra-se com orgulho de ter sido um zagueiro que jogava firme, era bom no cabeceio e tinha muita vontade de ganhar. Quando não dava para chegar primeiro, chegava junto. Nascido em Raposos, na região metropolitana de Belo Horizonte, Misael sempre foi muito forte, afinal, foi criado tomando caldo de mocotó preparado por sua mãe, Dona China.


Seu primeiro clube foi o Villa Nova, e logo Misael foi ganhando lugar no time. Forte na marcação, passava a bola, mas o atacante ficava. Biju gostou do futebol do zagueiro e o levou para o América. Na negociação, o lateral Haroldo foi para o clube de Nova Lima.


No Coelho, Misael foi efetivado por Henrique Frade como titular da zaga, e o alviverde conquistou seu primeiro título na era Mineirão, em 1971. Misael foi também campeão mineiro pelo Cruzeiro em 1972/73, e a última conquista foi em 1981, com o Democrata de Sete Lagoas, na segunda divisão. A zaga do Jacaré, muito respeitada, tinha Misael e Edson Vampiro.


Em um clássico contra o Atlético, Dario disse que iria fazer o “gol sutil” e que iria cortar o cabelo de Misael. O zagueiro não deixou barato e comentou com o presidente Rui da Costa Val que, se Dario fizesse graça, daria um soco na cara dele. “Somente o meu irmão Moacir Torres corta o meu cabelo”, disse na época.


Em 1972, Misael foi negociado com o Cruzeiro, tendo jogado ao lado de Roberto Perfumo: “O melhor zagueiro que eu viu jogar”, conta. Procópio, Darci Menezes e Morais são outros jogadores lembrados por Misael. Ele formou zaga também com Morais, então era a dupla Misael/Morais, ‘MM’, ‘Matar ou Morrer’: “Os atacantes pipocavam.” Tudo por causa do excesso de vontade da dupla.


Misael vestiu a camisa do Cruzeiro até 1974: foram 63 partidas e um gol, marcado em uma vitória de 3 a 2 em cima do Villa Nova, no Mineirão.


Gratidão pelo médico Neylor Lasmar


A passagem de Misael pelo Cruzeiro encerrou em 23 de outubro de 1974, após vitória de 3 a 0 sobre o Nacional de Muriaé, no Mineirão. Ele foi comemorar com o atacante Silva passeando no seu Chevette rosa. Na avenida do Contorno, seu pé ficou preso no acelerador, e o carro bateu contra uma casa.


O zagueiro sofreu fratura expostas, afundamento do malar e cortes pelo corpo. E Silva teve fraturas na costela. O médico Neylor Lasmar usou seus conhecimentos de ortopedia e traumatologia e depois recebeu proposta do Atlético e deixou o Cruzeiro. Porém, continuou atendendo Misael em seu consultório. “Abaixo de Deus, o doutor Neylor Lasmar”, diz Misael.


O Cruzeiro não renovou com Misael, e ele foi para o Rio Negro-AM. Depois defendeu Operário de Várzea Grande, Itabaiana, Marília, Esportiva, Caldense, Flamengo de Varginha, Alfenense e Democrata-SL

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