sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Ilton Chaves




Nome: Ílton de Oliveira Chaves
Posição: Volante
Nascimento: 28/03/2937
Local de Nascimento: Itinga, MG
Período No Cruzeiro: 1964-1969



O ex-volante Ilton Chaves teve passagens por Cruzeiro, Atlético e América. Ele conseguiu a proeza de ser reconhecido pelas três torcidas. Hoje, ele mora em Belo Horizonte e vive da aposentadoria como fiscal do estado




Ilton Chaves comemora reconhecimento do título de 1966

Com 73 anos de idade, Ilton relembra as histórias com Piazza, Tostão, Dirceu Lopes e demais jogadores campeões da Taça Brasil





Por GLOBOESPORTE.COM Belo Horizonte
           
Ilton Chaves, ex-jogador e técnico
(Foto: Lucas Catta Prêta / Globoesporte.com)
Ilton Chaves, natural de Itinga, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, é um daqueles casos raros que o futebol proporciona. O ex-jogador e ex-técnico fez carreira em vários clubes pelo Brasil, mas o mais marcante são suas passagens pelos três grandes de Minas Gerais: América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro. Ilton conseguiu a proeza de ser vitorioso nos dois times de maior rivalidade no estado. Foi ídolo tanto do lado alvinegro, como do lado celeste.
O fato de ter trabalhado dentro e fora de campo, com craques como Dirceu Lopes, Tostão, Piazza, Natal e Nelinho, podem explicar parte do sucesso. Em 1966, no Cruzeiro, Ilton fez parte do grupo campeão da Taça Brasil, validada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como título nacional, recentemente. Com carinho, o ex-jogador comemora o reconhecimento.
- É, eu acho importante isso, porque foi um time de expressão imensa na época. O Cruzeiro tinha um time fantástico, então foi muito justo. Ali era um grupo abençoado por Deus. Um grupo que tem Dirceu Lopes, Tostão, Piazza, era um grupo de jogadores sensacionais. (Tinha também) Hilton Oliveira, Natal, quer dizer, o Cruzeiro tinha jogadores fantásticos, com uma diretoria espetacular.
Ilton, que se refere àquele grupo como o da ‘fase de ouro’ do Cruzeiro, conta que conversava e dava conselhos aos companheiros de time. Para ele, a amizade feita naquele grupo permitia os ‘toques’ e também as brincadeiras entre os atletas.
- Quando eu vim do América-RJ para o Cruzeiro, o Piazza estava vindo do Renascença, e eu sou cinco anos mais velho que ele, eu era o titular, e dava muito conselho. Eu mesmo já perguntei pra ele: ‘Você é lateral ou volante? Você tem que ir pelo meio. Você é um jogador sensacional.’ E ele escutando tudo... A gente tinha esse relacionamento bom e queria que eles subissem na vida, né? Até mesmo o Dirceu Lopes, que era um cracaço, a gente conversava com ele. A união era muito grande, as brincadeiras existiam sempre, deve ser como hoje, né? Realmente tinha jogadores que eram muito marcados pelas brincadeiras, o Dirceu Lopes era um, todo mundo pegava ele pelo pé. Todo tipo de brincadeira aparecia, dar cascudo, tirar a roupa, a gente pintava o sete. Mas ninguém brigava, ninguém apelava. Era uma amizade muito boa e um respeito muito grande.
Além de ter sido campeão da Taça Brasil de 1966 com o Cruzeiro, Ilton Chaves levou os títulos mineiros de 1965, 1966, 1967 e 1968. Antes, pelo Atlético-MG, ele foi campeão em três anos: 1955, 1956 e 1958.
Carreira no banco
Como treinador, Ilton Chaves também passou pelos três clubes da capital mineira. Mas foi no Cruzeiro, que ele fez história, ao ser campeão estadual por quatro anos consecutivos. Com isso, ostenta até hoje a marca do treinador que mais vezes comandou a equipe estrelada.
- No Cruzeiro que eu comecei como treinador. Como técnico era muito novo, fui campeão mineiro em 72, 73, 74 e 75. Fiquei quatro anos sem sair do cargo, até hoje tenho 386 partidas dirigindo o Cruzeiro, ninguém chegou a tanto. A gente tinha uma turma muito bacana. Os jogadores prestavam atenção e atendiam a gente, né? Fui muito feliz porque peguei jogadores fantásticos. No decorrer dos anos fui técnico no Atlético-MG, no América-MG, no Villa Nova, Valério, Uberaba, Uberlândia, Tupi, Guarani, Santos, Santa Cruz, Sport, Náutico, Ceará, na Arábia Saudita e por aí afora. Também estive nas Seleções Mineira e Brasileira.
Ilton conta que foi ele quem descobriu o craque Nelinho, um dos maiores ídolos da história do Cruzeiro, que estava jogando no Pará. Ele conta que alguns dirigentes da época, no entanto, implicaram com o jogador e não o queriam na Raposa.
- Eu que trouxe o Nelinho, foi Ilton Chaves, peguei lá em Belém. Falei, ‘vamos pegar esse cara e ver como está a situação (de contrato) dele. Aí trouxemos o Nelinho. Mas tinha dirigente que não queria ele por causa da roupa. Eu falava, ‘gente, que que tem a roupa dele, o cabelo dele? Ele é de descendência portuguesa, né? Vamos ver o futebol dele. Ele é um monstro, pra jogar é um monstro. Vocês são os donos do time, mas eu quero ele jogando’.
Fora do mundo do futebol, Ilton diz que a paixão pela bola continua alimentada através da TV e dos jornais. Para desapontamento da torcida, ele conta que hoje, ao contrário de sua época como jogador e técnico, alguns empecilhos o afastam dos estádios.
- Acompanho mais pela e TV, rádio e jornal. Agora, ir a campo eu não tenho ido, pela violência, pelos problemas que existem. Eu estou completando meus 74 anos em março, então você não pode ficar saindo à noite, indo pra Sete Lagoas.

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