CRUZEIRO CAMPEÃO MINEIRO DE 1987 - Em pé: Genílson, Vilmar, Douglas, Balu, Gilmar Francisco e Gomes; Agachados: Róbson, Eduardo, Vanderlei, Ademir e Édson / Crédito: Arquivo Placar
Gilmar Francisco, hoje na base celeste, quer ver jovens com mais personalidade
Observador técnico do Cruzeiro trabalha passando a sua experiência no futebol
Thiago de Castro - Superesportes
| Tags: celular
Publicação:
17/04/2012 09:00
Atualização:
17/04/2012 10:24
Gilmar campeão Mineiro pelo Cruzeiro ainda jovem, no início da carreira |
“O Procópio era o técnico e precisava de um zagueiro para o profissional e me chamou do time júnior. Haviam contratado o Ricardo Balbino como revelação do ano anterior, para ser titular da zaga. Mas acabei ficando com a vaga já no Campeonato Mineiro”, recorda.
Gilmar Francisco considera que a partir da sua segunda temporada no profissional do Cruzeiro, ele conseguiu ter um melhor desempenho. “Tive dificuldade principalmente em 1986. Era novo, estava longe de casa, nunca tinha morado sozinho. No segundo ano, já fui tranqüilo. Talvez o que tenha me ajudado muito foi o sofrimento de ficar longe da família. Achava que as coisas não iam dar certo. Mas coloquei na cabeça que tinha que vencer, por causa de todas as dificuldades”, lembra o ex-zagueiro.
Mas ele garante que nunca lhe faltou personalidade para vestir a camisa celeste. E é justamente essa uma das suas atuais missões nas categorias de base do clube, onde atua como observador técnico. Gilmar quer que os garotos de hoje sejam mais fortes psicologicamente quando tiverem uma chance no profissional.
“Quando eu cheguei do Uberlândia para o júnior do Cruzeiro, era uma época de muita dificuldade. A grande diferença para hoje é que falta personalidade para os garotos de hoje. Eles até chegam no time profissional. Mas jogam e não conseguem se firmar”, analisa.
Gilmar foi revelado pelo Uberlândia. Após uma boa disputa da Taça de Prata, em 1985, ele chamou a atenção do Cruzeiro. “Em 1984 eu era reserva do Batista, que jogou bem a Taça e foi para o Atlético. No ano seguinte, fui o titular, ainda bem novo. Fui bem e o Cruzeiro me contratou”, conta.
Aos 17 anos, titular do Cruzeiro. Aos 18, chamou a atenção da Seleção Brasileira. E, ainda no início da vida adulta, teve a personalidade de fazer um gol importante em clássico contra o Atlético. Lance que até hoje está vivo na memória.
“O Campeonato Mineiro era jogado em dois turnos. Perdemos o primeiro para o Atlético e, no segundo turno, precisávamos ganhar para chegar na decisão. Esse jogo estava 1 a 0 e tivemos um pênalti a favor. Carlos Alberto Silva era o treinador e foi para a Seleção. Rui Guimarães assumiu para dar sequência. Edson, Robson e Hamilton eram os batedores. Mas o Rui Guimarães virou para mim e mandou bater. Fiz o gol, empatei o jogo. Fomos para a final e ganhamos o título. Foi um momento inesquecível”.
Gilmar Francisco ainda defendeu clubes como Botafogo, América-RJ, Farense, de Portugal, e Paulista. Ele se aposentou em 2001, após passagem pelo Nacional-SP. Pelo Cruzeiro, ganhou os Estaduais de 1987 e 1990. Em 1991, deixou o clube.
Olho clínico na base
Gilmar, hoje aos 45 anos, está há cinco anos na base do Cruzeiro. “Minha primeira missão é ser observador técnico. Olhar jogadores para a base do clube. Mas também ajudo com trabalhos de campo”.
Alguns jogadores que passaram pelo aval do ex-zagueiro se destacam no clube, como o goleiro Gabriel, o atacante Léo e o volante Eurico.
Outros ex-jogadores que compõe a base celeste são o ex-goleiro Raúl, coordenador, e o ex-camisa 10 Careca, que também é observador técnico. “Nós temos uma experiência muito grande e precisamos ajudar os garotos. Eles gostam de ouvir nossas histórias. Tem que ser uma referência para eles”, diz Gilmar.
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