terça-feira, 13 de março de 2012

Reinaldo Rosa



12/03/1998: Gol de Reinaldo contra o Montes Claros


Reinaldo Rosa dos Santos
Posição: Centroavante
Data de Nascimento: 01/07/1976
Cidade: Belo Horizonte-MG

Sua carreira:
Categoria de Base: Venda Nova-MG e ATLÉTICO (...1993).
Profissional: ATLÉTICO (1993-1995); Anderlecht-BEL; Palmeiras-SP; Verona-ITA; Cruzeiro-MG; Paraná-PR; Botafogo-RJ; ATLÉTICO (1998); Bragantino-SP; Portuguesa-SP; Ponte Preta-SP; Internacional-SP; Ceará-CE; Atlético-PR; Bragantino-SP; Al Hilal-ARS; Rio Branco-SP; Gama-DF; Sport-PE; Al Arabi-QAT; Ipatinga-MG; Joinville-SC; América-RN; Ceilândia-DF; Bahia-BA e Vila Nova-GO.

O Primeiro rival do Fenômeno

O ano era 1993 e o futebol mineiro vivia um período relativamente turbulento no cenário nacional. O Cruzeiro, após o bicampeonato da Supercopa da Libertadores, mantinha grande parte do elenco e subia poucos jogadores da base, casos de Cleisson e Célio Lúcio. O Atlético Mineiro, afundado em dívidas, apostava em nomes como Ryuler, Wiver e Carlos para o Brasileirão. No Campeonato Mineiro, ambos viram a festa do América, que, comandado por Euller, quebrou um jejum de 22 anos sem títulos.

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Nesse quadro desapontador surgiam dois goleadores de nomes parecidos, ambos com 17 anos e faro de gol incontestável, que conquistaram as torcidas com muitos gols em um curto espaço de tempo. A pergunta que se fazia na época pode parecer descabida atualmente, mas estava na ponta da língua de todos os que acompanhavam os gigantes mineiros naquele momento; afinal, quem é melhor: Ronaldo ou Reinaldo?

O tempo se encarregou de responder a favor do então cruzeirense, mas não de maneira imediata. Por dois anos, Reinaldo – que depois virou Reinaldo Rosa – foi ídolo da torcida atleticana e, em alguns momentos, ressuscitou o grito de “Rei, rei rei, o Reinaldo é o nosso rei!”, criado em 1977 para homenagear seu xará, um dos maiores ídolos da história atleticana, que teve a carreira abreviada pela fragilidade de seus joelhos.

Na fogueira

Reinaldo era tratado como jóia desde 1990, quando foi artilheiro do Campeonato Mineiro infantil com nove gols. No ano seguinte, repetiu a façanha, dessa vez com 25 tentos. Dois anos depois, subiu aos profissionais do Galo em um momento absolutamente impróprio: no Campeonato Brasileiro de 1993, quando os atleticanos ficaram na última colocação, vencendo apenas uma das 14 partidas jogadas. O Galo só não foi rebaixado na ocasião porque o descenso não era definido por critérios técnicos.

Reinaldo marcou apenas um gol em nove partidas, média desprezível para um centroavante, e viu seu rival marcar 12 gols em 14 partidas. O ano de 1994 começou e, com ele, Ronaldo se afirmava como artilheiro do Campeonato Mineiro com 22 gols, cavando uma vaga na Copa do Mundo, onde foi tetracampeão sem jogar, e sendo vendido para o PSV Eindhoven por 6 milhões de dólares. Paralelamente, Reinaldo se afirmava no ataque de uma equipe ainda claudicante.

Sua sorte começou a mudar no segundo semestre do mesmo ano, logo após a venda de Ronaldo. Em um campeonato de regulamento tão esdrúxulo quanto o anterior, porém diferente, o Galo foi um dos piores times da primeira fase, mas caiu de paraquedas nas quartas-de-final, após ser o segundo colocado de uma repescagem com as oito piores equipes da primeira fase.

O adversário era o Botafogo, que jogava por dois empates. O Galo venceu por 2 a 0 no Mineirão e foi para o Maracanã podendo perder por até um gol de diferença. Reinaldo garantiu a classificação atleticana ao marcar o gol da derrota por 2 a 1. O adversário das semifinais seria o Corinthians, que contava com nomes como os tetracampeões Branco e Viola, as promessas Zé Elias e Souza, além do já ídolo Marcelinho Carioca.

Consagração precoce

A partida de ida, disputada no Mineirão, foi a mais importante de toda a carreira de Reinaldo, que tinha apenas 18 anos na época. A vitória por 3 a 2, diante de mais de 100 mil pessoas, veio com três gols seus, frutos de puro oportunismo. O Corinthians venceu o jogo de volta por 1 a 0 e se classificou para a final, mas a metade alvinegra de Minas tinha a certeza de que um novo ídolo estava surgindo.

A certeza ficou ainda mais forte com a conquista, de ponta a ponta, do Campeonato Mineiro de 1995. Reinaldo foi o artilheiro da competição, com 13 gols, e a convocação para o Mundial Sub-20 do Qatar era óbvia. Porém, o que poderia ser o início de sua afirmação como worldclass se revelou uma grande decepção; o atacante marcou apenas três gols no torneio, todos na estréia da seleção, contra a Síria. Passou em branco nos outros jogos e, embora tenha continuado como titular, causou menos impacto no torneio do que seus companheiros Caio, Denílson e Luizão.

No segundo semestre, Reinaldo foi comprado pelo Parma, mas não foi aproveitado no clube. Seus empréstimos para o Verona e, posteriormente, para o Anderlecht, não foram bem sucedidos, e o atacante estava de volta ao Brasil no início de 1996 para defender o Palmeiras. No Verdão, porém, teve o azar de concorrer com Luizão, Muller e Rivaldo por uma vaga no “ataque dos 100 gols” e assistiu à maioria das partidas do banco de reservas.

Peregrinação

Após a passagem apagada no Parque Antártica, Reinaldo começou a mudar de clube com muita freqüência: nos três anos seguintes, passou por Cruzeiro, Botafogo, voltou ao Atlético Mineiro, foi para o Bragantino e ainda defendeu Portuguesa e Ponte Preta. Ficava pouco tempo nos clubes que defendia, o que impossibilitava uma sequência de jogos como titular das equipes onde atuava.

Nos anos seguintes, o atacante defendeu Ceará, Atlético Paranaense e América-RN, entre outros clubes. Em 2006, ano em que Ronaldo batia o recorde de gols em Copas do Mundo, Reinaldo atuou por Ceilândia e Gama, chegando a disputar a Série B do Brasileirão com a equipe alviverde. Depois disso, o jogador fez uma pausa em sua carreira alegando um motivo muito plausível: estava cansado de tomar calote dos clubes onde jogava.

Às vésperas de completar 33 anos, porém, Reinaldo não se diz aposentado: mantém a forma por conta própria e toca tantã no grupo “Pagode do Rei”, criado e bancado por ele mesmo. Afirma ter recebido proposta de uma equipe do Chipre e pretende jogar mais alguns anos. Enquanto isso, seu antigo concorrente sai das cinzas mais uma vez e, mesmo após várias adversidades, se consagra no Corinthians. Fins absolutamente diferentes para duas carreiras que começaram paralelas e tinham tudo para ser, as duas, bem sucedidas.

Ficha técnica

Nome completo: Reinaldo Rosa dos Santos

Data de nascimento: 01/07/1976

Local de nascimento: Belo Horizonte (Brasil)

Clubes que defendeu: Atlético Mineiro, Anderlecht-BEL, Verona-ITA, Parma-ITA, Palmeiras, Cruzeiro, Bragantino, Portuguesa Ponte Preta, Ceará, Atlético Paranaense, América-RN, Ceilândia e Gama.

Seleções de base que defendeu: Brasil Sub-20

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